A 16 de Outubro último realizou-se, integrado no certame “VII Festa das Adiafas e VII Festival Nacional do Vinho Leve”, o segundo de três workshops de carácter económico, desta feita dedicado ao “Empreendedorismo”, temática que se afigura como uma das grandes alternativas ao desemprego, bem como uma oportunidade de desenvolvimento económico para a região.
A Carlos Pinto, director do Centro de Emprego de Torres Vedras, coube abordar o tema “Alternativas face ao desemprego”, tendo, nesse âmbito, apresentado os apoios disponíveis no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), nomeadamente respeitantes ao programa Iniciativas Locais de Emprego (ILE).
“Iniciativas Locais de Emprego” apoia investimentos de pequena dimensão
O objectivo do ILE consiste em incentivar e apoiar projectos que dêem lugar à criação de novas entidades, e que originem a criação líquida de postos de trabalho, contribuindo para a dinamização das economias locais, mediante a realização de investimentos de pequena dimensão.
Este programa destina-se a desempregados e jovens à procura de 1.º emprego, daí que pelo menos metade dos promotores de um projecto terão de estar nalguma destas situações, como explicou o responsável.
Quanto ao tipo de apoio, este poderá revestir-se de carácter técnico ou financeiro, e neste último caso poderá desdobrar-se em apoios à criação de postos de trabalho ou apoios ao investimento.
De entre as diversas exigências técnicas e legais, existe a obrigatoriedade de apresentação de um estudo de viabilidade económica e financeira e de ter asseguradas as fontes de financiamento, incluindo um mínimo de 5 por cento em capitais próprios, não devendo o investimento inicial exceder os 150 mil euros.
O palestrante identificou algumas condições para se poder ser empreendedor, tais como: ser capaz de assumir riscos, aproveitar oportunidades, conhecer ramo de negócio, ser organizado, ter capacidade de tomar decisões e espírito de liderança. O empreendedorismo poderá, de acordo com Carlos Pinto, ter vantagens ao nível do desenvolvimento da região e, numa perspectiva individual, poderá ser vantajoso financeiramente, além de permitir ao indivíduo “ser patrão de si próprio”.
Como refere, a identificação da ideia do projecto é determinante, até porque, para conseguir apoios, a área de actividade escolhida tem de constar de uma listagem integrante da legislação do programa. Mas há, sobretudo, que averiguar se se trata de um projecto realista, se a ideia tem potencial ou se já existe igual, enfim, verificar as condições do mercado bem como os condicionalismos técnicos e legais. Posteriormente, é importante elaborar um plano do negócio, de modo a mostrar que o mesmo é exequível e rentável.
As candidaturas, que poderão, em breve, ser efectuadas a partir da internet, realizam-se mediante a apresentação de formulário no Centro de Emprego, podendo o mesmo formulário ser obtido na internet, no endereço www.iefp.pt, onde é disponibilizada a legislação aplicada a este programa.
Para mais esclarecimentos, o Centro de Emprego de Torres Vedras pode ser contactado pelo e-mail cte.torresvedras.drl@iefp.pt ou do telefone 261 330 150.
Processo empreendedor deverá ser contínuo
O Dr. Sérgio Félix, Secretário-Geral da AIRO (Associação Industrial da Região do Oeste), fez, por seu turno, a apresentação de programas de apoio ao empreendedorismo.
O também técnico de projectos da referida associação, sediada em Caldas da Rainha, entende que o processo empreendedor deve ser contínuo, não cessando na criação da empresa, ou seja, deverá haver uma predisposição empresarial para a inovação e desenvolvimento constantes, «caso contrário não haverá apoios que salvem o negócio».
O responsável começou por explicar os programas de apoio disponíveis no IEFP, ao nível da criação e apoio ao próprio emprego.
Depois, adentro dos incentivos no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), o responsável destacou o Programa Operacional Factores de Competitividade, financiado através do FEDER. Neste âmbito, o sistema de incentivos à Inovação apoia projectos de Empreendedorismo Qualificado (EQ), cujas candidaturas podem ser feitas até final de Dezembro de 2008. O EQ visa apoiar a criação de novas empresas ou de empresas com menos de 3 anos de actividade, dotadas de recursos humanos qualificados ou que desenvolvam a sua actividade em sectores com fortes dinâmicas de crescimento.
O interveniente destacou ainda o PRODER, instrumento de apoio ao desenvolvimento rural, nomeadamente no que toca à fixação de jovens agricultores. Referiu ainda linhas de crédito disponíveis para as iniciativas empresariais, tais como FiniciaOeste ou PME Invest, para além de medidas promovidas pelo Turismo de Portugal ou pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação), nomeadamente o MODCOM (programa de apoio à modernização do comércio), tendo enunciado as principais condições para se aceder a cada uma das supracitadas formas de incentivo.
Para além da divulgação e promoção dos programas financiados, a AIRO, enquanto entidade promotora do desenvolvimento empresarial da região, disponibiliza diversos serviços e apoios vocacionados para as empresas, tais como: consultadoria, formação, assessoria jurídica, entre diversos outros.
Ao nível do empreendedorismo, a AIRO criou recentemente, em parceria com outras entidades, um Centro Incubador de empresas, que visa promover o espírito empreendedor dos jovens da região. Além disso, para finais de Novembro, a AIRO tem previsto o lançamento de um “Concurso Regional de Empreendedorismo”.
Fonte: C.M.Cadaval
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